De Pedro Soares, Folha de S.Paulo:
Os preços mais elevados dos alimentos já colocaram um freio ao consumo e rebateram negativamente nas vendas dos supermercados.
Na comparação com fevereiro de 2012, a atividade de supermercados e demais lojas de alimentos e bebidas caiu 2,9%. Foi a primeira retração desde março de 2009 (-0,2%) e a mais intensa desde novembro de 2003 (-2,2%).
O recuo ocorre num momento de pico dos preços de alimentos, o que pode sinalizar uma redução do consumo, segundo o IBGE.
“Devido à subida de preços, nós acreditamos que há uma freada da demanda das famílias por alimentos”, disse Aleciana Gusmão, técnica do IBGE.
Outro fator, diz, foi a elevada base de comparação em fevereiro de 2012, quando vendas tinham subido 13,3%. O aumentos dos combustíveis também encareceram os fretes e inibiram as vendas, segundo Gusmão.
Em relação a janeiro, o setor de supermercados e lojas afins registrou queda de 1%, a maior desde agosto de 2012.
Segundo dados do IPCA, os preços dos alimentos subiram 4,84% no primeiro trimestre deste ano. Em fevereiro, o aumento havia sido de 1,46% e a alta, ainda que um pouco menor, persistiu em março (1,4%).
Os reajustes decorrem do clima desfavorável, de quebras de safra e do consumo ainda forte, que permite um nível maior de repasses de custos –como os fretes mais caros.
Para tentar conter o avanço dos preços, o governo desonerou itens da cesta básica em março, mas o efeito não se traduziu numa clara redução dos preços ainda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário